Para uma melhor compreensão do motivo da igreja de Corinto ser carnal nos dias de Paulo, e de haver divisões entre eles, estamos apresentando a seguir, uma breve exposição sobre mente carnal e espiritual baseado em argumentos do próprio apóstolo Paulo, na epístola aos Romanos.
"Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz." (Romanos 8: 6)
"Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis." (Romanos 8: 13)
Pelos contrastes apresentados no texto de abertura (Rom 8: 6), quanto à lei da mente (graça) e a lei do pecado, pode-se entender que a citação de Rom 7: 25 “com a mente, sou escravo da lei de Deus”, entenda-se que esta lei de Deus a que a mente de Paulo e de todo crente foi escravizada, é a graça oferecida no evangelho, conforme promessa de Deus, de inscrever sua lei na mente e no coração dos crentes. (Jer 31: 31-34)
Esta lei na mente do crente não é uma lei que exclua a Lei e os Profetas, mas inclui os ensinos de nosso Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo e constantes do Evangelho, que passa a ser a Lei que governa a mente e o coração dos crentes.
Quando o apóstolo diz, que a lei do pecado encontra-se guerreando contra a lei da sua mente, em Romanos 7, a referência aqui não é a uma lei que a própria mente possui, mas a lei da graça que foi ali implantada por Deus.
A nova natureza recebe constantes ataques da carne, ou velha natureza, ou seja a luta da carne contra o Espírito e vice-versa.
Na mesma epístola aos Romanos, o apóstolo afirma no capítulo sexto, que o crente não está sob a lei, mas sob a graça, e no sétimo, que ele morreu para a lei com Cristo, e foi libertado da lei, de modo que a nova criatura não está escravizada à lei dos mandamentos, como o que dirige e governa a vida do crente, senão à lei da graça, à lei do Espírito e da vida, como afirmado no início do capítulo oitavo, sem que no entanto, como dito anteriormente, não seja excluída a devida importância e observação por parte do crente, de toda a Lei de Deus, especialmente naquilo que é aplicável à Igreja na dispensação da graça.
A lei não pode salvar, de modo que se o crente estivesse escravizado à mesma, permaneceria sob sua maldição, e seria condenado para sempre.
“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado",
"a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. (Rom 8: 3,4)
Paulo diz em Rom 7: 25, ser escravo da lei de Deus com sua mente, porque a mente convertida a Cristo é mudada e movida a amar a Deus e aos seus mandamentos, para efetivamente cumpri-los, para o atendimento do Seu propósito de que o crente seja perfeito perante Ele.
A mente de um crente genuíno sempre há de se inclinar para nos levar a praticar o que Deus requer de nós, a menos que seja enganada pelo pecado e o diabo, agindo debaixo de uma convicção falsa de estar fazendo o que é correto e agradável a Ele.