... Santificação aos Cristãos 130
“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.” (Gálatas 3: 13, 14)
Jesus deveria, portanto ser um israelita segundo a carne em razão da promessa feita a Abraão, e cumpriria seu ministério inicialmente em Israel, mas no momento em que a Nova Aliança fosse iniciada com a Sua morte na cruz, e firmada com o sangue que Ele derramou, a promessa de ser o abençoador de todas as nações e não somente de Israel passaria a ter cumprimento desde então, especialmente a partir do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo começou a ser derramado para a salvação até aos confins da Terra.
“26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;
28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mateus 26.26-28)
Entendemos assim, que são participantes da Nova Aliança somente aqueles que se alimentam do corpo e bebem do sangue de Jesus, ou seja, aqueles que têm uma real participação em unidade vital e espiritual com Ele, através da justificação pela graça mediante a fé, para que possam ser regenerados e santificados pelo Espírito Santo.
Quando Deus falou através do profeta Jeremias sobre esta nova aliança, o Reino do Norte já havia sido espalhado pelas nações pelos assírios em 722 a.C., e o Reino do Sul estava sendo levado para Babilônia, em 587 a.C., nos dias do profeta.
Então, a profecia também tem o propósito de animar os judeus a crerem que não haviam sido abandonados completamente por Deus, pois Ele faria uma Nova Aliança com um remanescente daquela nação, pela qual seus pecados e transgressões cometidos sob a Antiga, seriam perdoados e esquecidos por causa desta Nova Aliança feita através de um outro Mediador, que responderia por tudo o que fosse necessário no Pacto, para que tendo feito uma total satisfação da exigência da justiça divina quanto ao exato cumprimento da Lei, poderia ser Ele próprio a redenção, a justiça, a sabedoria e a santificação de todos aqueles que fossem salvos por meio da fé nEle.
Foi com base nos termos desta Nova Aliança, fundamentada na graça e fé no Messias, na Semente bendita da mulher que esmagaria a cabeça da Serpente, que o próprio Abraão, Moisés e todos os que foram salvos nos dias do Antigo Testamento foram reconciliados com Deus; não pelo estrito cumprimento da Lei, porque não há quem não peque, inclusive os maiores santos, de modo que pelo cumprimento da Lei, ninguém pode ser salvo da condenação eterna, senão somente pela graça e mediante a fé em Jesus.
“Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31.34)
“Todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e será grande a paz de teus filhos.” (Isaías 54.13)
Referindo-se a estas profecias, Jesus disse:
“44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.” (João 6: 44, 45)
E o apóstolo João disse:
“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.” (I João 2.27)
O que temos aqui, nada mais é do que a verdade, de que Deus sempre salvou pela graça, mediante a fé, pela revelação espiritual que faz de Si mesmo a todo pecador que se converte, por atraí-lo a Jesus Cristo, convencendo-o do pecado pelo Espírito Santo, justificando-o, regenerando-o, e santificando-o pelo mesmo Espírito, de modo que uma pessoa para ser convertida, não precisa conhecer em profundidade tudo o que diz respeito à obra de salvação que Jesus realizou em seu favor, pois Deus salva com base nesta obra, mas não está amarrado ao conhecimento daquele que será convertido, para poder agir.
Veja o exemplo do ladrão que morreu na cruz, ao lado de Jesus. Veja o caso de John Wesley, que pregou o evangelho viajando inclusive em ação missionária sem que, no entanto tivesse ainda nascido de novo do Espírito, conforme seu próprio testemunho; o que veio a ocorrer somente depois de uma experiência, que teve junto aos crentes morávios. Todo o conhecimento que ele tinha das Escrituras, não poderia realizar o que somente o próprio Deus deveria fazer, dando-lhe um novo coração de carne no lugar do coração de pedra.
Evidentemente, é necessário crescer na graça e no conhecimento de Jesus, para a santificação, depois da conversão inicial. E, muito ajudará para este propósito um aprofundamento no aprendizado das Escrituras, mas sempre será por um conhecimento experiencial do próprio Jesus, em espírito, que o progresso em santificação ocorrerá.
Um bebê é cuidado, protegido, alimentado e conduzido pelos pais até atingir a maioridade; e na fase de crescimento inicial, para sobreviver, nada precisa saber do que é necessário para o seu desenvolvimento, pois tudo é feito pelos pais.
O mesmo se dá com o novo nascimento espiritual. Tudo o que é necessário para o crescimento do novo convertido já foi realizado, e se encontra ao seu dispor na plenitude de Jesus Cristo, da qual lhe é fornecido tudo quanto necessita; isto é feito independentemente do quanto conheça ou não, sobre esta plenitude.
Está lá. É real, e é operado por Deus conforme as suas necessidades.
A aliança entre Deus Pai e Deus Filho, foi feita antes mesmo da fundação do mundo, e o Cordeiro que tira o pecado do mundo foi crucificado desde então, no propósito e no coração daquela aliança de modo que Sua obra, sobretudo o seu sacrifício expiatório pudesse alcançar pecadores, a partir do próprio Adão.
Abraão foi justificado dessa forma, cerca de 400 anos antes da Lei ter sido dada a Israel, pela mediação de Moisés. Antes dele, Noé, Enoque e muitos outros foram assim também justificados e salvos por Deus.
O temor deles a Deus, e o amor que tinham à Sua vontade fez com que o Senhor se revelasse a eles e os salvasse.
Assim, todo aquele a quem for dado tal conhecimento pelo próprio Deus, de seu Filho, a quem elegeu para ser o Senhor e o Salvador de pecadores em todo o mundo, e em todas as épocas, será justificado e salvo por Ele.